A concretização das técnicas da língua escrita e a compreensão de seu significado incorporado na sua ação de uso da língua oral, qualifica o aluno tanto na comunicação escrita como oral, ampliando suas possibilidades.
SUGESTÃO DE ATIVIDADES
A pontuação deve ser ensinada por meio da reprodução de um texto feito pelo próprio aluno, levando o aluno a entender a ligação da língua escrita com a fonética, pois na pronúncia acontece, a entonação que deve ser respeitada no descanso, no término de assunto, nas perguntas, etc., para isso a sociedade criou convenções e estabeleceu-as como corretas, como a vírgula, o ponto de exclamação, interrogação, etc.
O acento gráfico deve ser ensinado a partir da demonstração do seus significado nas palavras, fazendo com que o aluno perceba a diferença tanto na entonação quanto no significado das palavras que exigem acento e não são usados por eles inicialmente.
Outra técnica é fazer uma relação das palavras acentuadas no texto e tentar descobrir porque umas palavras são acentuadas e outra não:
Separa-se as sílabas destas palavras para destaque da sílaba tônica, chegando a conclusão que o acento é usado para diferenciar a sílaba tônica na palavra, diferenciando outras palavras e alcançando um significado dentro do texto, concluímos, então, que o acento encontrado na vogal refere-se à sílaba.
Por meio do ensino da acentuação, com o uso da técnica de separação de sílabas, pode-se aprofundar o conhecimento desta técnica, e explicitar seu significado na produção de texto ao separar as sílabas no final da linha.
O aluno produtor de texto deve dominar as técnicas de modo consciente para não prejudicar o significado do texto, não limitar a eficácia do texto pela constante preocupação de como escrever. A vinculação entre acentuação e separação de sílabas conduz ao ensino de outras técnicas existentes nas separação de sílabas, como o número de sílabas que podem se detectadas também por meio da classificação, devido ao número e denominadas as fileiras por: monossílabas, dissílabas, trissílabas e polissílabas.
A procura da sílaba tônica nas palavras também conduz a uma classificação entre oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas chegando a conclusão que todas a proparoxítonas são acentuadas; algumas paroxitonas são acentuadas e outras não, e por meio da descrição delas encontra-se paroxítonas terminadas em "a", "o" e "e" não são acentuadas, e as terminadas em consoantes, vogais ou ditongos são acentuadas. Já no caso das oxítonas o que se deduz é o contrário, pois são acentuadas as palavras terminadas em "a", "o" , "e", sendo que as outras terminações não são acentuadas. Com a explicitação ou descoberta dos alunos dessas regras, são então escritas nos cadernos, e não ao contrário em que as regras são ensinadas antes de uma classificação de palavras para averiguação.
Essa técnica conduz a apropriação do significado das regras de acentuação, esse processo se assemelha ao processo que a sociedade passou para criar as regras de acentuação, pois primeiramente se definiu a pronúncia das palavras, destacando as sílabas tônicas pelo acento, para uma melhor identificação do leitor.
É de fundamental importância que um aluno das séries iniciais domine as técnicas e o significado delas.
No caso do uso das letras nas palavras é preciso destacar o significado delas e a origem fonética e etimológica. A letra "m" antes do "p" e do "b", por exemplo, é colocada pelo fato de ser uma letra bilabial, que acompanha outra bilabial nas sua origem fonética. Outro exemplo é a colocação da letra "l" no fim das palavras terminadas em al, el, il, ol, ul que muitas vezes são pronunciadas com som de "u", mas escreve-se com "l", essa explicação se dá no processo de evolução da linguagem num maior dinamismo que a escrita, estabilizando-se por mais tempo, é uma explicação que pode-se retomar o fato que ninguém escreve como se fala, mas que a escrita representa a fala, sendo que a pronúncia pode mudar enquanto que a forma da escrita permanece.
Uma das técnicas que ajuda o aluno a buscar recursos para grafar uma determinada palavras é ensinar a grafia por meio de palavras derivadas, pois somente saber a origem etimológica de uma palavra não é o suficiente para quando trabalha-se a derivação das palavras, (ou a ligação etimológica) de palavras como "jeitoso", "ajeitado", "desajeitado", " rejeitado", etc., isso leva o aluno assimilar a conservação das letras no radical das palavras primitivas em todas as derivadas.
COMO AVALIAR?
A avaliação da ortografia deve ser feita por meio dos textos produzidos pelo aluno, sendo que este deve conscientizar-se que isto sempre ocorrerá., todo autor é avaliado por um leitor com maior ou menor rigidez; a avaliação deve ser uma auto-avaliação conduzida, até que o aluno alcance uma maturidade para uma reeleitura de seu texto e uma correção eficaz.
INCORPORAÇÃO DA ORTOGRAFIA
A ortografia é carregada de regras historicamente e socialmente produzidas, essas regras podem chegar a ser apropriadas pelo aluno quando esse encontra caminhos ou técnicas para se chegar a elas.
A superação da ortografia se dá pela incorporação por meio do conhecimento das regras existentes especificadas na linguagem e que de forma alguma deve ser excluída do ensino escolar; pois essa atitude leva o saber escolar ser desvinculado com o saber social.
SIGNIFICADO E SENTIDO
O significado de uma técnica é encontrado quando conhece-se a origem de sua utilização e seu objetivo, e o sentido desta técnica é dado pelo indivíduo que dela se utiliza gerado pela motivação dependente da atividade social.
Há duas formas no ensino da Língua Portuguesa que provoca a separação do significado e do sentido das técnicas e sua utilização. Uma delas é o ensino por imposição das regras, conceitos, etc. sem que o aluno saiba o motivo pelo qual está estudando. A outra é a sutil liberdade na produção de texto espontâneo, para que ele "construa" sua própria técnica; isso não conduz o aluno ao domínio das técnicas já construídas pela sociedade num processo histórico, mas aliena-o da participação ativa na sociedade.
o professor deve estar atento pelo modo no qual a educação vem caminhando ao longo dos anos, pois a dominação da sociedade por uma elite privilegiada econômica e politicamente acaba por causar danos e grandes lacunas em todo os setores da vida social, nas quais a educação se encontra.
A qualidade da educação está subordinada, hoje, aos interesses dessa elite, a qual produz uma educação superior par classe econômica mais favorecida, e a classe popular não se busca condições de aperfeiçoamento pois o povo se encontra a uma passividade nacional.
Essa passividade agrada aos dirigentes que cada vez mais se aproveitam dela, diminuindo as condições econômicas e educacionais, com isso as classe populares vem alcançando um nível cada vez mais baixo quando relacionada coma a linguagem considerada correta pela sociedade.
O saber escolar, por meio de propostas que apresentam o indivíduo como foco primordial na educação, acaba por limitar o próprio indivíduo por conhecimento, deixando o educando à margem das técnicas e formas de comunicação produzidas pela sociedade.
As escolas privadas, por sua vez, querem demonstrar qualidade que acabam confundindo por quantidades de conteúdos, impondo regras e técnicas sem que a criança perceba o seu significado e muito menos busque um sentido pra isso.
É necessário buscar um equilíbrio para isso apresentado ao educando tudo o que já foi produzido socialmente para que por meio de uma conscientização o aluno busque sentido do uso das regras e das técnicas ou até mesmo a construção de técnicas.
E no entanto é de fundamental importância que o professor seja um conhecedor dessas técnicas e tenha consciência do que realmente seja educação dentro do saber escolar, pois o significado e o sentido pelo que se utiliza dos conhecimentos socialmente produzidos abarca não só o ensino de Língua Portuguesa, mas está presente no ensino de História, Matemática, Ciências, etc.
O conhecimento se torna mais amplo e seguro quando se tem consciência de sua origem, para poder entender o presente e transformar o futuro.
