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terça-feira, 8 de junho de 2010

COMO ALFABETIZAR?

Quais os métodos?
Quais os veículos motivadores?
Alfabetizar ou leiturizar?
São tantas as perguntas que algo tão simples acaba por tornar-se complexo, principalmente porque a criança é única, e precisa ser respeitada como um cidadão em processo de desenvolvimento.
Não temos também uma metodologia universal que muitos desejariam para ser usada como instrumento de alfabetização em massa.
No processo de desenvolvimento do trabalho de professor, ensinar se torna aprender a cada diagnóstico de como se dá esse processo.
Várias teorias já foram criadas, estudadas, implantadas, mas nada que dê um resultado esperado, ou seja, cem por cento de sucesso na aquisição da leitura e escrita.
A criança é um ser social e participa de uma vida em comum em uma sociedade: família, comunidades diferentes, clubes, escola,etc.
A leitura é algo que antecede a escrita, isso se torna real para criança, quando ela participa de um mundo escrito a sua volta, não deixando essa questão somente por conta da escola. Segundo o autor Glen Domam, a criança pode iniciar a leitura com 8 meses. ( Como ensinar seu bebê a ler - Glen Domam)
Já trabalhei com crianças de 3 e 4 anos e todos aprenderam a ler aquilo que era apresentado a elas de forma lúdica: palavras, letras, pequenos textos, rótulos,etc. Foi quando o desejo da leitura surgiu procurando saber mais e inciaram a busca por conta própria, num aprendizado que nunca terminará.
A escrita possui um sistema convencional e é algo que pode ser apresentado de forma sistemática, porém lúdica e motivadora. As teorias construtivistas são essenciais porque derrubam um sistema de ensino tradicional e cria um novo paradigma no entendimento do processo de ensino e aprendizagem. Paralelo a isso temos as múltiplas inteligências de um indivíduo, ou seja, uma criança pode não conseguir a aquisição da leitura e da escrita por um único meio mas, se for apresentado a ela vários caminhos, escolhe o que se sente mais a vontade e consequentemente mais produtivo e segue em frente no seu caminho que não termina nas avaliações ou encerramento de semestre, mas que continua por toda vida, criando assim as características de cidadão leitor e escritor sempre que for necessário, ou prazeroso...
Diante de tantas teorias somando com as experiências, ampliei o universo alfabetizador e porque não usar leiturizador e criei uma rotina em sala que os próprios alunos já vem pra sala preparados e sabendo o que vai acontecer, e, adoram poder ter suas atividades fotografadas e filmadas para colocar no blog.
ROTINA
1° Todos os alunos retiram o livro ( Programa Ler e Escrever- livro de textos) da mochila, encontram a parlenda, ou a música, ou o poema, enfim o que ficou combinado pra ler em casa e leem todos juntos. No dia anterior escolhemos um pequeno texto, lemos várias vezes juntos, sendo que eu vou de carteira em carteira, mostrando com o dedo, em cada livro, onde está sendo lido, leio um verso e os alunos repetem até o final do texto. Em casa já conseguem ler para os pais, quem não conseguir pede aos pais para ajudar e voltam pra sala com muito entusiasmo provando que sabem ler aquele texto.Os alunos que não leem em casa seguem um ritmo mais lento, mas todos encontram o texto, circulam palavras indicadas, as vezes sozinhos, as vezes contando com a ajuda dos colegas.
PROJETO COM
Assim que chegam na sala deixam as pastas do Projeto na mesa e esperam que a professora mostre a todos o trabalho realizado em casa e ficam ansiosos para levar outra pasta para casa. Esse Projeto tem alcançado ótimos resultados, pois os alunos junto com a família tem acesso aos diferentes gêneros literários
A familia, juntamente com o aluno, lê, pesquisa, responde as perguntas, tem acesso a todas atividades realizadas por outros alunos.
No primeiro semestre temos as pastas:
JORNAL
REVISTA
MATEMÁTICA
GIBI
ERA UMA VEZ
JOGOS

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ESCRITA
As atividades de escrita na alfabetização são realizadas de forma mais lúdica possível, por meio de atividades impressas com cruzadinhas, caça-palavras, enigmas, nome aos desenhos, auto-ditado,etc.
As atividades são arquivadas em uma pasta específica formando um 'livro' para avaliação e apreciação deles próprios e dos pais.
Iniciamos o ano com atividades relacionadas ao nome próprio e as preferências e referências pessoais, depois prosseguimos com a escrita do alfabeto, indentificando sua utilidade no nosso mundo.
Agora as letras do alfabeto são destacadas, então encontramos um animal cujo nome inicie com a mesma letra (Projeto Zoomania).Estudamos sobre as características deste animal, produzimos atividades de pintura, desenho, ou sucata. Assistimos vídeos para maior conhecimento do animal. A gravura do animal é colocado em um painel com seu nome destacado.Então estudamos várias palavras iniciadas também com a mesma letra.
Os alunos levam, a cada quinze dias, para casa uma lista de doze palavras e estudam, depois leem na sala. Essa atividade também tem produzido ótimos resultados.
Cada animal estudado elencamos uma música, estudamos a letra e cantamos várias vezes. Encontramos palavras e as destacamos na música.
Assim temos uma deversificação de atividades em que o modelo tradicional (como é chamado) de alfabetização pode ser usado paralelamente ao construtivismo construindo uma leitura de mundo e não só de decodificação de letras e palavras
Esse é um ano que tenho alcançado maior resultado sem ser uma profissional que opta somente por um caminho, mas apresentando um leque de informações ao aluno para que ele escolha seu caminho para aquisição da leitura e escrita e deixando que descubra as palavras e como são escritas por meio das informações dadas nas atividades e contando com a ajuda, na maioria das vezes, dos próprios colegas. Os livros da ciranda cultural são ótimos instrumentos motivadores para essa etapa da alfabetização, além de outros paradidáticos. (www.cirandacultural.com.br)

Na sexta-feira os alunos brincam com brinquedos que trazem de casa ou com jogos educativos da escola, levando a sério a brincadeira e promovendo a socialização.

Nesta semana inicaremos o Projeto Arteafa em que por meio da Arte Visual seremos motivados a leitura, escrita, reprodução, conhecimento, etc.

CAMINHOS PARA LEITURA/ESCRITA
. Livros, gibis e revistas na sala de aula ao alcance dos alunos para livre leitura
. Leitura diária de poemas, parlendas, enigmas, pequenos textos, etc.
. Contos infantis e narrações lidos pela professora
. Escrita de palavras, letras, frases e pequenos textos dentro de um contexto

PROJETOS
Projeto COM - diariamente
Projeto Zoomania- a cada 15 dias
Projeto Artealfa - semanalmente.

ENFIM...
Depois de toda essa descrição,concluo que cada dia é uma descoberta numa sala de aula, pois um professor nunca deixa de aprender com cada aluno tornando o dia-a-dia uma experiência única registrada pra sempre em nossa profissão e no nosso coração.
A intenção deste texto não é ditar regras, nem exaltar um trabalho isolado e muito menos concluir que tenho uma rotina pronta. NÂO, mas compartilhar algo que está gerando resultados, e que cada dia é uma surpresa e nos leva refletir e mudar as direções assim que diagnosticamos ineficácia, mesmo que seja de um único aluno.

Professora SUSY

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