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quinta-feira, 12 de setembro de 2024
O desenho preesquemático
O desenho preesquemático é uma fase do desenvolvimento gráfico infantil que ocorre geralmente entre os 4 e 6 anos de idade. Nesta etapa, a criança começa a representar de forma mais intencional e simbólica o que observa no mundo ao seu redor, mas ainda sem uma preocupação com proporções ou realismo.
Figuras Simples:
As crianças começam a desenhar figuras humanas de maneira muito básica, geralmente representadas pela "cabeça-pé". Ou seja, o corpo pode ser representado apenas por uma cabeça, da qual saem diretamente as pernas e, às vezes, os braços.
Linguagem Simbólica:
Os desenhos não seguem uma lógica realista, mas são tentativas de representar o que a criança conhece e percebe. Elementos como casas, árvores, animais e pessoas aparecem de maneira simbólica e desproporcional.
Ausência de Proporções Realistas:
A criança nesta fase ainda não tem uma noção clara de proporção entre as partes do corpo ou dos objetos. Por exemplo, a cabeça pode ser desenhada muito maior do que o resto do corpo, ou as pernas podem ser exageradamente longas.
Detalhes Limitados:
Embora a criança comece a adicionar mais detalhes aos desenhos, como olhos, boca e mãos, esses elementos ainda são muito simples e muitas vezes incompletos ou representados de forma rudimentar.
Uso Livre de Cores: As crianças usam as cores de forma intuitiva e muitas vezes não realista. Elas podem colorir a pele de uma pessoa de verde, por exemplo, porque as cores são usadas mais para expressar emoções do que para representar o mundo como ele é.
Essa fase é importante no desenvolvimento da criança porque marca a transição de um desenho puramente experimental (as garatujas) para uma representação mais consciente e intencional do mundo. O desenho preesquemático revela como a criança está começando a organizar suas percepções e a desenvolver sua capacidade de expressão visual.
Por isso a importância de propor atividades de desenho com frequência, usando diferentes materias.
Avaliar o desenho infantil de fase em fase
Avaliar o desenho infantil do corpo humano vai além de simplesmente observar se a criança desenhou de forma "correta" ou "realista". O desenho de uma figura humana reflete várias etapas do desenvolvimento cognitivo, emocional e motor da criança. A seguir, alguns aspectos importantes a serem considerados ao avaliar esse tipo de desenho:
1. Etapas do Desenvolvimento
Garatujas (2 a 4 anos): Nesta fase, a criança desenha linhas e rabiscos sem uma forma específica. Embora o desenho ainda não represente claramente um corpo humano, é um marco importante para a coordenação motora fina.
Desenho Preesquemático (4 a 6 anos):A partir desta fase, as crianças começam a desenhar a figura humana de forma simplificada, muitas vezes representada por uma "cabeça-pé", onde a cabeça e as pernas são desenhadas, mas sem tronco. Os braços podem ser representados saindo diretamente da cabeça.
Esquemático (6 a 8 anos): Nesta fase, os desenhos tendem a se tornar mais proporcionais, com a inclusão de detalhes como tronco, mãos, dedos, cabelo, olhos, boca, entre outros. O corpo começa a ser desenhado com mais detalhes e simetria.
Realismo Inicial (8 a 10 anos):As crianças começam a ter mais controle sobre proporções e detalhes, incluindo articulações, roupas, e expressões faciais. O desenho se aproxima mais de um corpo humano reconhecível.
2. Proporções e Detalhes
Observar as proporções entre as partes do corpo desenhadas pode indicar em que estágio de desenvolvimento a criança está. Crianças mais novas tendem a desenhar cabeças grandes em relação ao corpo, com pouca preocupação com as proporções. À medida que crescem, elas começam a ter mais consciência da relação entre as partes do corpo.
3. Compreensão Corporal
Verificar o que a criança inclui no desenho (mãos, dedos, olhos, boca) pode revelar a compreensão que ela tem do próprio corpo e dos outros. Por exemplo, uma criança que desenha todas as partes do corpo pode estar desenvolvendo uma boa percepção corporal. Se alguns elementos estiverem ausentes, isso pode indicar áreas que a criança ainda está explorando ou compreendendo.
4. Expressão Emocional
O desenho do corpo humano também pode refletir aspectos emocionais. Crianças que desenham figuras humanas com grandes sorrisos, cores vibrantes e braços abertos podem estar expressando sentimentos de felicidade e segurança. Por outro lado, uma figura desenhada com traços mais duros, ou sem partes do corpo, pode sinalizar desconforto ou insegurança.
5. Uso de Cores
As cores que a criança escolhe para desenhar a figura humana também podem ser significativas. Crianças tendem a usar cores de forma intuitiva para representar emoções. Cores escuras ou opacas podem estar associadas a estados de humor negativos, enquanto cores mais vibrantes podem refletir uma percepção mais positiva ou alegre.
6. Coordenação Motora
Avaliar a precisão dos traços, o uso do espaço no papel e a habilidade da criança em desenhar partes pequenas e detalhadas (como dedos ou traços faciais) pode indicar o desenvolvimento da coordenação motora fina. Crianças mais novas ou com dificuldades motoras podem ter traços mais irregulares ou não conseguir controlar o lápis com precisão.
7. Contexto e Interpretação
É importante lembrar que o desenho é uma forma de expressão individual, e não deve ser avaliado de forma rígida. Cada criança tem sua própria maneira de desenhar, e os desenhos devem ser interpretados dentro do contexto do seu desenvolvimento e experiências. Perguntar à criança sobre o desenho e o que ela quis representar pode trazer insights valiosos para a avaliação.
Em suma, ao avaliar o desenho do corpo humano, é importante considerar o estágio de desenvolvimento, os aspectos emocionais e a coordenação motora da criança, sempre respeitando o ritmo de cada uma.
Desenho infantil
A educação infantil é a base fundamental para o desenvolvimento das crianças. Ela promove não só a aquisição de conhecimentos, mas também o desenvolvimento social, emocional e cognitivo. O desenho infantil, dentro desse contexto, desempenha um papel essencial.
O ato de desenhar permite que as crianças expressem suas emoções, ideias e experiências, mesmo antes de dominarem a linguagem verbal.
Desenhos são uma forma de comunicação, e ao interpretar essas produções, educadores e pais podem entender melhor os sentimentos e o desenvolvimento das crianças. Além disso, desenhar contribui para o desenvolvimento motor, estimulando a coordenação motora fina e o controle sobre os movimentos das mãos.
Incentivar as crianças a desenhar é mais do que simples diversão. É uma atividade educativa que promove a criatividade, a capacidade de resolução de problemas e a construção de autoestima, pois, através da arte, elas percebem que têm poder de criar e expressar-se.
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